Percebo que os pais de adolescentes estão questionando o seu papel, muito mais necessária e pertinentemente. Ou anestesiados se submetem a uma sensação de impotência perante novos códigos de conduta, reativa e filosoficamente manifestos.
Tudo é muito rápido! E intensificado pela quebra de valores. E no contraponto de uma busca, por parte dos filhos – própria da idade – no sentido de tomarem, neste “segundo nascimento”, que é a adolescência, sua identidade social e, muito pessoal; mas também estimulados pela sensação do “tudo é permitido”, os pais e filhos ficam ou impondo suas vontades ou silenciados em sua angústia.
Claro que existem famílias muito bem estruturadas e com excelente comunicação, com dialógica relação! Mas observo muita falta de limites e alcances.
O abuso de substâncias psicoativas – álcool e outras drogas , a banalização do sexo, a indisciplina escolar, desmotivação e descrédito quantos às instituições… são tantas situações de fato que me levam a questionar outra falta. A de perspectivas e de vontades. Para a superação de uma manifesta depressão da sociedade, assim como para a resolução de conflitos no contexto familiar.
Anestesiar o mal não é resolvê-lo. Posterga-se muito. Evita-se demais. Nega-se a toda hora. E não se pode negar que se possibilitar encontros saudáveis entre pais e filhos, na medida de um novo olhar referente á tomada clara dos papéis, com compreensão, tolerância, flexibilidade, respeitos, aceitação, e portanto, com um exercício amoroso, mais leve e harmonioso; é o caminho para o bem estar no contexto familiar.
O discurso e a prática! Há que se estabelecer um jeito para esse encontro! Que seja verdadeiro e autêntico.
Edson de Souza Almeida
Psicólogo clínico psicodramatista e terapeuta familiar sistêmico.