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As experiências traumáticas podem ser resultantes de violência (assalto, estrupo…), de desastres naturais (enchentes, terremotos), de acidentes (carro, avião, incêndios) e de desastres causados deliberadamente (guerra, atos terroristas…).

A exposição a situações traumáticas é responsável pela ocorrência de um transtorno de ansiedade, conhecido como estresse pós-traumático (TEPT).

Critérios Diagnósticos

  • Revivência persistente do evento: pesadelos, flashbacks, pensamentos e imagens intrusivos;
  • Esquiva persistente de determinados estímulos, atividades e situações relacionadas ao trauma, bem como sintomas depressivos (diminuição de interesse, isolamento, tristeza, etc.);
  • Persistente elevação de excitabilidade: distúrbio do sono, irritabilidade, dificuldade de concentração, hipervigilância, reações de sobressalto, etc.

Os sintomas devem ter a duração de, pelo menos, um mês para que o diagnóstico seja estabelecido.

Diversos estudos de tratamento apontam para a maior eficácia de antidepressivos, especialmente a sertralina e a paroxetina, seguindo de acompanhamento psicoterápico, mais especificamente a terapia da exposição. A exposição à memória traumática promove a extinção de esquiva e faz com que o evento possa ser lembrado sem as respostas de medo intenso a ele associadas.

Evitar o assunto ou interessar-se por ele apenas quando é parte do noticiário e trata de pessoas distantes não são atitudes esperadas de quem trabalha com a saúde e impedem que as vítimas encontrem tratamento e suporte social adequado para lidar com as consequências.

Texto: Psicóloga Roberta Balsini

 

 

Palestra com a Psicóloga psicoterapeuta Roberta Balsini

Falar desse tema é entrar em contato com histórias de muita dor. A violência doméstica, negligência, abandono, violência psicológica, violência física e abuso sexual transformam seres saudáveis em jovens e adultos doentes que a cada dia crescem na nossa sociedade. A violência sexual é muito difícil de ser diagnosticada, é perversa, mantida por uma dinâmica familiar complexa, envolvendo uma relação de poder desigual e segredos difíceis de ser detectados.

As consequências são inúmeras, o medo caminha a cada instante na vida da vitima. Isolamento afetivo, baixa autoestima, fobias, dificuldades de aprendizagem, insônia, tremores noturnos, agressividade, dificuldade de relacionamento são alguns sintomas dessa tragédia. A idade do início do abuso a duração do abuso e o grau de violência são fatores que agravam os efeitos do trauma. Quanto menor a criança, quanto maior o tempo do abuso e quanto mais violento for, maior e a dificuldade de tratarmos os efeitos traumáticos na vida da pessoa.

Toda criança, adolescente ou adulto que carrega essa dor precisa de ajuda. Nós, profissionais da educação e da saúde precisamos estar atentos e treinados para detectar e ajudar a criança vítima de violência, e o primeiro passo é possibilitar um canal de segurança e amor onde essa criança encontre um espaço de apoio para se libertar do medo e da angústia que a persegue. As estratégias da psicoterapia individual e grupal é o melhor caminho de tratamento.

Precisamos trazer para a nossa sociedade possibilidades de acolhermos esses seres, que em algum momento da vida foi lhes tirado o direito de sorrir.