No mês da primavera, a estação da beleza, do perfume, da abundância das cores, escrevo sobre a importância do NÃO no crescimento e formação de nossas crianças. Os jardins mais floridos e admirados pelos olhos são aqueles que no momento certo recebem a poda e os cuidados necessários para sempre renovar com força e beleza.

Ao educar nossas crianças, nos deparamos com o momento de podar algumas ações. Dizer o NÃO é preciso e necessário, mas por vezes o amor é tão forte, que cedemos o que não poderíamos ceder, deixamos o que não poderíamos deixar, ou mesmo, preferimos ceder para não constranger a criança ou nos constranger com a situação.

Precisamos, primeiramente apresentar a condição dos limites na nossa própria vida. Disciplina, regras, rotina são fundamentais para facilitar o NÃO na educação de nossos filhos.

Justificamos-nos muitas vezes pelo excesso de trabalho, pelo pouco tempo que temos com eles. Carregamos culpas pela ausência e tentamos compensar pelo SIM, pelo valor do prazer, pela alegria fácil e pelo materialismo imediato. Os pais são pais e não amigos, sabendo dizer o NÃO estarão exercendo uma das maiores competências como educadores na formação de crianças seguras e saudáveis emocionalmente.

A vida irá apresentar frustrações no seu desenvolvimento, por isso, exercer o NÃO nos momentos necessários é dar a oportunidade a criança e entender os limites. A vida tem limites, nós temos nossos limites, não podemos tudo, não alcançamos tudo e precisamos experenciar essa condição, assim a dor da frustração chegará como uma forma construtiva de seguirmos em frente e não como condição de derrota e impotência.

A disciplina na educação é uma condição necessária para que a criança aprenda o alto controle, a empatia, valores humanos, reconhecer seus sentimentos, suas responsabilidades e o sentir prazer em suas ações. Lembrando que educar, ensinar, dar limites, ser modelo de vida, não surge de sentenças, sermões autoritários ou chantagem emocional. O excesso de limites interfere na autoconfiança, trazendo insegurança, falta de habilidade social e desvalor.

Compreendendo o limite! 

  • Confie no seu filho, ele é mais forte e capaz do que você imagina.
  • Não dramatize tanto o fato de ter que privá-lo de algo.
  • Dizer NÃO com CONVICÇÃO, EQUILÍBRIO, CONSCIÊNCIA, sem agressividade e com amor é a principal ferramenta do educador na formação do caráter das nossas crianças.
  • Perceber que negar o que precisa ser negado, é contribuir para o futuro e felicidade do seu filho.
  • Livre-se da culpa, ela enfraquece, e o que seu filho precisa é de sua força e segurança e não dos novos brinquedos do mercado.

Buscar o equilíbrio entre o amor e o limite, não é tarefa fácil, mas precisamos estar abertos para essa experiência como educadores, buscando a medida certa para formar nossos filhos. Quem ama educa, cuida, ajuda, orienta e renova seu olhar a cada dia.

Não existem receitas nesse caminho, as experiências irão fabricar novas formulas para cada momento, cada criança, cada relação. É apenas sentir e saber a hora certa de agir, e de maneira alguma deixar de fabricarmos formulas de amar e dar limites para o nossos filhos.Cada criança chega no momento certo, na família certa e com os propósitos que nós adultos precisamos receber e aceitar como forma de crescimento e entendimento, nessa profunda e bela lição de vida, SER PAIS.

psicodrama-empresarial-assedio-moral-cpj

Esta foi a segunda turma de pós graduação em Psicodrama na Sociesc com os professores João Paulo Balsini, Sirlene Costa  que ministraram os temas psicodrama empresarial e assedio moral.

As experiências traumáticas podem ser resultantes de violência (assalto, estrupo…), de desastres naturais (enchentes, terremotos), de acidentes (carro, avião, incêndios) e de desastres causados deliberadamente (guerra, atos terroristas…).

A exposição a situações traumáticas é responsável pela ocorrência de um transtorno de ansiedade, conhecido como estresse pós-traumático (TEPT).

Critérios Diagnósticos

  • Revivência persistente do evento: pesadelos, flashbacks, pensamentos e imagens intrusivos;
  • Esquiva persistente de determinados estímulos, atividades e situações relacionadas ao trauma, bem como sintomas depressivos (diminuição de interesse, isolamento, tristeza, etc.);
  • Persistente elevação de excitabilidade: distúrbio do sono, irritabilidade, dificuldade de concentração, hipervigilância, reações de sobressalto, etc.

Os sintomas devem ter a duração de, pelo menos, um mês para que o diagnóstico seja estabelecido.

Diversos estudos de tratamento apontam para a maior eficácia de antidepressivos, especialmente a sertralina e a paroxetina, seguindo de acompanhamento psicoterápico, mais especificamente a terapia da exposição. A exposição à memória traumática promove a extinção de esquiva e faz com que o evento possa ser lembrado sem as respostas de medo intenso a ele associadas.

Evitar o assunto ou interessar-se por ele apenas quando é parte do noticiário e trata de pessoas distantes não são atitudes esperadas de quem trabalha com a saúde e impedem que as vítimas encontrem tratamento e suporte social adequado para lidar com as consequências.

Texto: Psicóloga Roberta Balsini

 

 

Palestra com a Psicóloga psicoterapeuta Roberta Balsini

Falar desse tema é entrar em contato com histórias de muita dor. A violência doméstica, negligência, abandono, violência psicológica, violência física e abuso sexual transformam seres saudáveis em jovens e adultos doentes que a cada dia crescem na nossa sociedade. A violência sexual é muito difícil de ser diagnosticada, é perversa, mantida por uma dinâmica familiar complexa, envolvendo uma relação de poder desigual e segredos difíceis de ser detectados.

As consequências são inúmeras, o medo caminha a cada instante na vida da vitima. Isolamento afetivo, baixa autoestima, fobias, dificuldades de aprendizagem, insônia, tremores noturnos, agressividade, dificuldade de relacionamento são alguns sintomas dessa tragédia. A idade do início do abuso a duração do abuso e o grau de violência são fatores que agravam os efeitos do trauma. Quanto menor a criança, quanto maior o tempo do abuso e quanto mais violento for, maior e a dificuldade de tratarmos os efeitos traumáticos na vida da pessoa.

Toda criança, adolescente ou adulto que carrega essa dor precisa de ajuda. Nós, profissionais da educação e da saúde precisamos estar atentos e treinados para detectar e ajudar a criança vítima de violência, e o primeiro passo é possibilitar um canal de segurança e amor onde essa criança encontre um espaço de apoio para se libertar do medo e da angústia que a persegue. As estratégias da psicoterapia individual e grupal é o melhor caminho de tratamento.

Precisamos trazer para a nossa sociedade possibilidades de acolhermos esses seres, que em algum momento da vida foi lhes tirado o direito de sorrir.

grupo-de-terapia

* Conceito de ansiedade – Os transtornos de ansiedade estão entre as perturbações psiquiátricas mais comumente encontradas na sociedade. A maioria dos transtornos de ansiedade pode ser conceitualizada como perturbações baseadas no medo ou na fobia. Existe um grau considerável de sintomas compartilhados tais como sintomas somáticos, crises de pânico, medo ou preocupações antecipatórias, hipervigilância, evitações e rituais compulsivos.

Pode produzir sério comprometimento funcional, causando prejuízo ao individuo. Irritabilidade, inquietação, fadiga, impulsividade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono, aparecem comumente quando a ansiedade está manifesta. Além dos desconfortos com os sintomas e prejuízos significativos ao longo da vida, o individuo passa pelo constrangimento de peregrinar por emergências hospitalares.  A ansiedade se não tratada, poderá trazer outros transtornos mais graves a saúde do paciente.

Temos como objetivo proporcionar uma psicoterapia mais breve para o tratamento dos transtornos de ansiedade, favorecendo uma melhor qualidade de vida.

* Aqui estão os critérios diagnósticos para alguns transtornos de ansiedade

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) – Critérios Diagnósticos pelo DSM – IV

A. Obsessões ou compulsões:

Obsessões, definidas por (1), (2), (3) e (4):

  1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento.
  2. Os pensamentos, impulsos ou imagens não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real.
  3. A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação.
  4. A pessoa reconhece que os pensamentos, impulsos ou imagens obsessivas são produto de sua própria mente (não impostos a partir de fora, como na inserção de pensamentos).

Compulsões, definidas por (1) e (2)

  1. Comportamentos repetitivos (por ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (por ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que a pessoa se sente compelida a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas.
  2. Os comportamentos ou atos mentais visam a prevenir ou reduzir o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam a neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.

B. Em algum ponto durante o curso do transtorno, o indivíduo reconheceu que as obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais (Nota: Isso não se aplica a crianças)

C. As obsessões ou compulsões causam acentuado sofrimento, consomem tempo ou interferem significativamente na rotina, funcionamento ocupacional, atividades ou relacionamentos sociais habituais.

D. Se outro transtorno do Eixo I está presente, o conteúdo das obsessões ou compulsões não está restrito a ele (por ex., preocupação com alimentos na presença de um Transtorno Alimentar; puxar os cabelos na presença de Tricotilomania; preocupação com a aparência na presença de Transtorno Dismórfico Corporal; preocupação com drogas na presença de um Transtorno por Uso de Substância; preocupação com ter uma doença grave na presença de Hipocondria; preocupação com anseios ou fantasias sexuais na presença de uma Parafilia; ruminações de culpa na presença de um Transtorno Depressivo Maior).

E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica

Transtorno do Stress Pós-Traumático (TEPT) – Critérios Diagnósticos pelo DSM-IV

A. Exposição a um evento traumático no qual os seguintes quesitos estiveram presentes:

  1. A pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram morte ou grave ferimento, reais ou ameaçados, ou uma ameaça à integridade física, própria ou de outros;
  2. A resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência ou horror.

Nota: Em crianças, isto pode ser expressado por um comportamento desorganizado ou agitado

B. O evento traumático é persistentemente revivido em uma (ou mais) das seguintes maneiras:

  1. Recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas do evento, incluindo imagens, pensamentos ou percepções. (Nota: Em crianças pequenas, podem ocorrer jogos repetitivos, com expressão de temas ou aspectos do trauma).
  2. Sonhos aflitivos e recorrentes com o evento.(Nota: Em crianças podem ocorrer sonhos amedrontadores sem um conteúdo identificável).
  3. Agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente (inclui um sentimento de revivência da experiência, ilusões, alucinações e episódios de flashbacks dissociativos, inclusive aqueles que ocorrem ao despertar ou quando intoxicado). (Nota: Em crianças pequenas pode ocorrer reencenação específica do trauma).
  4. Sofrimento psicológico intenso quando da exposição a indícios internos ou externos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento traumático;
  5. Reatividade fisiológica na exposição a indícios internos ou externos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento

C. Esquiva persistente de estímulos associados com o trauma e entorpecimento da responsividade geral (não presente antes do trauma), indicados por três (ou mais) dos seguintes quesitos:

  1. Esforços no sentido de evitar pensamentos, sentimentos ou conversas associadas com o trauma;
  2. Esforços no sentido de evitar atividades, locais ou pessoas que ativem recordações do trauma;
  3. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do trauma;
  4. Redução acentuada do interesse ou da participação em atividades significativas;
  5. Sensação de distanciamento ou afastamento em relação a outras pessoas;
  6. Faixa de afeto restrita (por ex., incapacidade de ter sentimentos de carinho);
  7. Sentimento de um futuro abreviado (por ex., não espera ter uma carreira profissional, casamento, filhos ou um período normal de vida).

D. Sintomas persistentes de excitabilidade aumentada (não presentes antes do trauma), indicados por dois (ou mais) dos seguintes quesitos:

  1. Dificuldade em conciliar ou manter o sono
  2. Irritabilidade ou surtos de raiva
  3. Dificuldade em concentrar-se
  4. Hipervigilância
  5. Resposta de sobressalto exagerada.

E. A duração da perturbação (sintomas dos Critérios B, C e D) é superior a 1 mês.
F. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo
G. A perturbação tem duração mínima de 2 dias e máxima de 4 semanas, e ocorre dentro de 4 semanas após o evento traumático.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) – Diagnóstico pelo DSM-IV

A. Ansiedade e preocupação excessivas, na maioria dos dias por pelo menos 6 meses

B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação

C. Três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (Nota: Apenas um item é exigido para crianças)

  1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele
  2. Fatigabilidade
  3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente
  4. Irritabilidade
  5. Tensão muscular
  6. Perturbação do sono (dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório)

D. O foco da ansiedade ou preocupação não está confinado a aspectos de outro transtorno

E. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas

F. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral nem ocorre exclusivamente durante um Transtorno do Humor, Transtorno Psicótico ou Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.

Critérios Diagnósticos para Agorafobia (DSM-IV)

A. Ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na eventualidade de ter um Ataque de Pânico inesperado ou predisposto pela situação, ou sintomas tipo pânico. Os temores agorafóbicos tipicamente envolvem agrupamentos característicos de situações, que incluem: estar fora de casa desacompanhado; estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma fila; estar em uma ponte; viajar de ônibus, trem ou automóvel.

Nota: Considerar o diagnóstico de Fobia Específica, se a esquiva se limita apenas a uma ou algumas situações específicas, ou de Fobia Social, se a esquiva se limita a situações sociais.

B. As situações são evitadas (por ex., viagens são restringidas) ou suportadas com acentuado sofrimento ou com ansiedade acerca de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico, ou exigem companhia.

C. A ansiedade ou esquiva agorafóbica não é melhor explicada por um outro transtorno mental

Critérios Diagnósticos para Ataque de Pânico (DSM-IV)

Presentes pelo menos 4 dos seguintes critérios:

  1. Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado
  2. Sudorese
  3. Tremores ou abalos
  4. Sensações de falta de ar ou sufocamento
  5. Sensações de asfixia
  6. Dor ou desconforto torácico
  7. Náusea ou desconforto abdominal
  8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio
  9. Desrealização ou despersonalização
  10. Medo de perder o controle ou enlouquecer
  11. Medo de morrer
  12. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento)
  13. Calafrios ou ondas de calor

Inicia no dia 12/04/2013 o curso de Pós Graduação em Psicodrama, mais uma parceria da Clínica Psicológica de Joinville e Sociesc.

Mais informações sobre o curso aqui. Parabéns aos alunos e mestres envolvidos.

A formação de professores não pode estar centrada apenas nos aspectos técnicos, didáticos  instrumentais e racionais ligados ao exercício de um saber-fazer profissional. Ela demanda um olhar cuidadoso, de apoio e incentivo para que o professor siga sintonizado consigo e com a arte de ensinar. Atualmente  esse profissional não apenas guia os alunos com seus conhecimentos técnicos e didáticos, a relação professor aluno vai além.

O professor é um educador da vida, modelo de ser humano protagonista na formação da humanidade.

Precisa ser cuidado, precisa de mãos que caminhem ao seu lado, de um olhar de compreensão, de trocar forças para seguir com seu propósito de educar para a vida.

As palestras ministradas para professores tem o foco de cuidar, os temas vão de encontro com a demanda das escolas. Como violência escolar, relação professor-aluno, desenvolvimento da personalidade, transtornos mentais na sala de aula, matriz profissional, resiliência, papel profissional-vida pessoal…

Temas que renovam, provocam mudanças no olhar, sentir e agir do papel do professor.

Sociesc - Educação e Tecnologia

Sociesc – Educação e Tecnologia

OBJETIVO

Capacitar profissionais da área de Psicologia, Psiquiatria e áreas humanas para atuarem, através do psicodrama, no desenvolvimento das interações humanas, voltadas para os campos da saúde, educação e empresarial, promovendo a aprendizagem de atitudes psicosociais saudáveis. A proposta do curso é desenvolver no profissional a habilidade de potencializar no ser humano a espontaneidade e a criatividade, em busca de uma ação de transformação do Eu, das relações e dos empreendimentos que participa.

PÚBLICO ALVO

Profissionais com formação superior, ligados a área de Psicologia, Medicina, Recursos Humanos, Pedagogia, Administração de empresas, Gestão de pessoas e outras ligadas a área comportamental.

PROGRAMA

  1. Ética e unidade funcional: História, Bases filosóficas e Sociológicas.
  2. Psicopatologia: Socionomia/Sociometria, Sociodrama, Sociotria.
  3. Psicodrama empresarial: Aplicação do psicodrama em diversas áreas.
  4. Metodologia científica: Metodologia da pesquisa.
  5. Trabalho de conclusão de curso: Introdução dos conceitos fundamentais.
  6. Jogos psicodramáticos e teatro espontâneo.
  7. Prática e supervisão (Psicodrama clínico, Social, Empresarial, Educacional)

INFORMAÇÃO GERAL

  1. Coordenação Acadêmica: Dra. Gilda Maria Menicucci Balsini.
  2. Carga horária: 444 h/a.
  3. Dias e horário das aulas: Ás sextas-feiras das 18h30min às 22h50min e aos sábados, das 8h às 14h (aulas quinzenais)

CONTATOS

  1. Dra. Gilda Maria Menicucci Balsini (47) 34330-1030 – gildabalsini@clinicapsicologicajoinville.com
  2. Jurema Melo (47) 8409-8983 – jurema.melo@sociesc.org.br

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES

Documentos para Matrícula:

  1. Formulário de inscrição preenchido no site: www.sociesc.org.br / Pós-graduação / Inscrições / Joinville;
  2. Cópia autenticada do Diploma (ou original para conferência);
  3. Cópia autenticada do RG e CPF (ou original para conferência);
  4. 1 foto 3×4 recente;
  5. Curriculum Vitae;
  6. Taxa de inscrição para a seleção dos candidatos, no valor de R$130,00.

Informações: SOCIESC – Unidade de Joinville (Campus da Marquês de Olinda).
Rua Gothard Kaesemodel, 833 – Anita Garibaldi
Telefone: (47) 3461-0541 – E-mail: postecnologiajoi@sociesc.org.br.

Introdução

Preocupar-se excessivamente com limpeza, lavar as mãos a todo o momento, revisar diversas vezes portas, janelas ou o gás antes de deitar, não usar roupas vermelhas ou pretas, não passar em certos lugares com receio de que algo ruim possa acontecer depois, não sair de casa em determinadas datas, ficar aflito caso os objetos sobre a escrivaninha não estejam dispostos de uma determinada maneira, são alguns exemplos de ações popularmente consideradas manias e que, na verdade, são sintomas de um transtorno: o transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC.

Considerado raro até há pouco tempo, o TOC é uma doença bastante comum, acometendo, aproximadamente, um em cada 40 ou 50 indivíduos. No Brasil, é provável que existam entre 3 e 4 milhões de portadores. Muitas dessas pessoas, embora tenham suas vidas gravemente comprometidas pelos sintomas, nunca foram diagnosticadas e mais dificilmente ainda, tratadas. Talvez a maioria desconheça o fato de esses sintomas constituírem uma doença para a qual, de uns anos para cá, já existem tratamentos bastante eficazes.

O TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos: está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde; acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência e muitas vezes começa ainda na infância sendo raro seu início depois dos 40 anos; geralmente é crônica e, se não tratada, na maioria das vezes se mantêm por toda a vida. Os sintomas raramente desaparecem por completo: o mais comum, quando não é realizado nenhum tratamento, é que apresentem flutuações ao longo da vida, aumentando e diminuindo de intensidade, mas estando sempre presentes em algum grau.

Em aproximadamente 10% dos casos, tendem a um agravamento progressivo, podendo incapacitar os portadores para o trabalho e acarretar sérias limitações à convivência com a família e com as outras pessoas, além de submetê-los a um grande e permanente sofrimento. Felizmente, têm sido desenvolvidos novos métodos de tratamento, utilizando medicamentos e psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), que conseguem reduzir os sintomas e, muitas vezes, eliminá-los completamente.

Sou ou não um portador de TOC?

Muitos pacientes com TOC só reconhecem sua condição ao ler ou ouvir na mídia algo sobre a doença. Estudos demonstram há uma demora, em média, de mais de oito anos entre o aparecimento dos sintomas do TOC até ele ser diagnosticado por algum profissional. Se você tem dúvida se é ou não portador do TOC procure responder às perguntas a seguir:

  1. Preocupo-me demais com sujeira, germes, contaminação, pó ou doenças.
  2. Lavo as mãos a todo o momento ou de forma exagerada.
  3. Limpo ou lavo demasiadamente o piso, móveis, roupas ou objetos.
  4. Tomo vários banhos por dia ou demoro demasiadamente no banho.
  5. Não toco em certos objetos (corrimãos, trincos de portas, dinheiro, etc.) sem lavar as mãos depois.
  6. Evito certos lugares (banheiros públicos, hospitais, cemitérios) por considerá-los pouco limpos ou achar que posso contrair doenças.
  7. Verifico portas, janelas, o gás, mais do que o necessário;
  8. Verifico repetidamente o fogão, as torneiras, aparelhos elétricos, interruptores de luz mesmo após desligá-los.
  9. Minha mente é invadida por pensamentos desagradáveis e impróprios, que me causam aflição e que nem sempre consigo afastá-los.
  10. Tenho sempre muitas dúvidas, repetindo várias vezes a mesma tarefa ou pergunta para ter certeza de que não vou errar.
  11. Preocupo-me demais com a ordem, o alinhamento ou simetria das coisas, e fico aflito(a) quando estão fora do lugar.
  12. Necessito fazer coisas de forma repetida e sem sentido (tocar, repetir certos números, palavras ou frases).
  13. Sou muito supersticioso com números, cores, datas ou lugares.
  14. Necessito contar, repetir frases, palavras, enquanto estou fazendo coisas.
  15. Guardo coisas inúteis (jornais velhos, caixas vazias, sapatos ou roupas velhas) e tenho muita dificuldade em desfazer-me delas.

*Se uma das respostas for positiva, é bem provável que você seja portador de TOC.

O que é transtorno obsessivo compulsivo?

O TOC é um transtorno mental incluído pela classificação da Associação Psiquiátrica Americana entre os chamados transtornos de ansiedade. Está classificado ao lado das fobias (medo de lugares fechados, elevadores, pequenos animais como ratos ou insetos), da fobia social (medo de expor-se em público ou diante de outras pessoas), do transtorno de pânico (ataques súbitos de ansiedade e medo de freqüentar os lugares onde ocorreram os ataques), etc.

Os sintomas do TOC envolvem alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos (preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de conteúdo impróprio ou ruim , obsessões) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão). Sua característica principal é a presença de obsessões e/ou compulsões ou rituais. Além disso, os portadores do TOC sofrem de muitos medos (de contrair doenças, de cometerem falhas, de serem responsáveis por acidentes).

Em razão desses medos, evitam fazer coisas que de acordo com o que acreditam poderia provocar tais desastres. Em razão disso, no TOC são muito comuns comportamentos evitativos ou evitações (não tocar em trincos de portas, não cumprimentar outras pessoas, não usar banheiros públicos, etc.). As evitações, embora não específicas do TOC, são, em grande parte, as responsáveis pelas limitações que o transtorno acarreta. Esses são os sintomas-chave do TOC.

 O que são obsessões?

Obsessões são pensamentos, idéias, imagens, palavras, frases, números ou impulsos que invadem a consciência da pessoa de forma repetitiva e persistente. Sentidas como estranhas ou impróprias, geralmente são acompanhadas de desconforto, medo, angústia, culpa ou desprazer.

O indivíduo obsessivo, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, as obsessões causam aflição e levam a pessoa a fazer algo (rituais ou compulsões) ou a evitar fazê-lo (evitações) para livrar-se do medo ou do desconforto.

As obsessões mais comuns se relacionam-se com:

sujeira, contaminação dúvidas simetria, perfeição, exatidão ou alinhamento impulsos ou ensamentos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas sexo ou obscenidades armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar preocupações com doenças ou com o corpo religião (pecado, culpa, escrúpulos, sacrilégios ou blasfêmias) pensamento mágico (números especiais, cores, datas e horários).

 O que são compulsões ou rituais?

Compulsões ou rituais são comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos executados em resposta a obsessões ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente.

Os exemplos mais comuns são lavar as mãos, fazer verificações, contar, repetir frases ou números, alinhar, guardar ou armazenar, repetir perguntas, etc. As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão acompanhada de aflição. Nem sempre têm conexão realística com o que desejam prevenir (p ex., alinhar os chinelos ao lado da cama antes de deitar para que não aconteça algo de ruim no dia seguinte; dar três batidas em uma pedra da calçada ao sair de casa, para que a mãe não adoeça).

Nesse caso, os rituais são chamados de mágicos. Os dois termos (compulsões e rituais) são utilizados praticamente como sinônimos, embora o termo ritual possa gerar alguma confusão na medida em que as religiões, de forma geral, adotam comportamentos repetitivos e contagens nas suas práticas: ajoelhar-se três vezes, rezar seis avemarias, ladainhas. Existem rituais para batizados, casamentos, funerais, etc.

Além disso, certos costumes culturais, como a cerimônia do chá entre os japoneses, o cachimbo da paz entre os índios, ou um funeral com honras militares, envolvem ritos que lembram as compulsões do TOC. Por esse motivo, há certa preferência para o termo compulsão quando se fala em TOC.

As compulsões mais comuns são:

  1. lavagem ou limpeza
  2. verificações ou controle
  3. repetições ou confirmações
  4. contagens
  5. ordem, arranjo, simetria, seqüência ou alinhamento
  6. acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis
  7. compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar

O TOC é um transtorno crônico que, muitas vezes, se inicia na infância, entre 9 e 11 anos e acomete principalmente indivíduos jovens até os trinta anos, podendo durar toda a vida. O pico de maior incidência é ao redor dos 20 anos.

Pode consumir muito tempo da pessoa na execução de rituais, ou ocupar sua mente por muitas horas durante o dia pelas obsessões, impedindo-a de ocuparse com pensamentos ou atividades mais produtivas. O que agrava ainda mais o quadro é que tal comprometimento é sempre acompanhado de muita angústia, aflição, sentimentos de impotência, diminuição da auto-estima e depressão.

Muitos pacientes têm vergonha de seus rituais e até mesmo de seus pensamentos obsessivos, e em função disto procuram ocultá-los dos familiares, precisando esconder-se das demais pessoas e até dos amigos, para realizar atos que eles mesmos consideram absurdos. Como não conseguem controlar-se e evitá-los, interpretam tal necessidade como mania , uma espécie de loucura, fraqueza, desvio moral ou da personalidade, o que aumenta a autocrítica, os sentimentos de culpa, e diminui a auto-estima e, não raro, depressões.

Isto é muito comum naqueles pacientes cujas obsessões são pensamentos impróprios envolvendo agressão, sexo, pensamentos obscenos ou blasfêmias, ou quando o TOC é muito grave e incapacitante. Muitos familiares também não compreendem as manifestações do TOC, ainda mais que em muitas situações interferem de forma acentuada nas rotinas da própria família e no desempenho profissional ou escolar do paciente.

 Quais são as formas mais comuns de TOC?

As obsessões mais comuns são as relacionadas com sujeira e/ou contaminação seguidas de compulsões ou rituais de lavagens (das mãos ou do corpo, das roupas) e da necessidade de evitar tocar em objetos ou pessoas, ou andar em lugares considerados contaminados.

Também são comuns pensamentos relacionados com agressão, sexo impróprio ou blasfêmias; medos absurdos de que possa acontecer algo de ruim para si ou seus familiares; dúvidas quanto a melhor decisão; preocupações exageradas com exatidão, perfeccionismo, simetria, alinhamento, e lentidão para executar as tarefas do dia-a-dia.

As compulsões mais comuns são a necessidade de lavar repetidamente as mãos, as roupas, o corpo; evitar o contato com objetos considerados contaminados, como por exemplo, trincos de portas, bolsas, roupas, corrimãos de escadarias ou ônibus, assentos de banheiros públicos, não usar toalhas dos demais membros da casa, não sentar em bancos de praças; verificar repetidamente portas, janelas, torneiras, gás, interruptores, aparelhos elétricos; realizar contagens, repetir números ou palavras mentalmente; repetir atos, toques, gestos.

Alguns pacientes são também extremamente lentos, geralmente em função das dúvidas antes de tomar decisões ou das compulsões mentais. Na maioria das vezes, existem diversos tipos de sintomas simultaneamente. Existem transtornos relacionados ao TOC, cujos sintomas lembram compulsões ou mesmo obsessões, e que é interessante distinguir pois, em geral, o tratamento é diferente. Alguns deles são mencionados a seguir:

Tricotilomania consiste na compulsão por arrancar os próprios cabelos de maneira recorrente. Em geral o ato de arrancar cabelos não é precedido por um desconforto físico, ou malestar um pouco diferente das obsessões que precedem as compulsões do TOC. Pode ser tratada por uma terapia comportamental específica que inclui a chamada de reversão de hábitos e, eventualmente, responde aos mesmos medicamentos utilizados no TOC.

Tiques movimentos ou vocalizações súbitas, rápidas, recorrentes, não rítmicas e estereotipadas em resposta a sensações subjetivas de desconforto, como exemplo, piscar os olhos, mostrar a língua, pigarrear, fungar. Geralmente são involuntários e a pessoa tem pouco controle sobre eles. É comum a presença de tiques em portadores de TOC e, em geral, não repondem à terapia cognitivo-comportamental.

Transtorno de Tourette é um transtorno neurológico caracterizado por tiques motores e vocais simultaneamente. Não apresenta uma boa resposta à terapia cognitivo-comportamental e, muitas vezes, há necessidade de ministrar ao paciente um medicamento da classe dos neurolépticos. Em geral, o TOC associado a Tiques ou Tourette é anterior à adolescência e mais comum em meninos.

Hipocondria preocupação exagerada com doenças; o paciente, muitas vezes, acredita que é portador de uma doença grave (AIDS, câncer), sem que haja evidências. Pode responder à terapia cognitivo-comportamental e aos mesmos medicamentos que são utilizados no TOC.

 Quais as causas da TOC?

A ciência tem conseguido esclarecer vários fatos em relação ao TOC, embora não consiga ainda esclarecer suas verdadeiras causas. Provavelmente, concorrem vários fatores para o seu aparecimento, tornando-se cada vez mais evidente que na origem dos sintomas do TOC concorrem diversos fatores: de natureza biológica envolvendo aspectos genéticos, neuroquímica cerebral, lesões ou infecções cerebrais; fatores psicológicos, como por exemplo, aprendizagens erradas (aprender a aliviar uma o medo que acompanha uma obsessão realizando compulsões); crenças distorcidas (superestimar o risco de contaminação ou de cometer falhas) estressores, e até culturais como o tipo de cultura ou educação recebida.

Na verdade não estão bem esclarecidas as causas do TOC, até pelo fato de que seus sintomas, seu curso, e a resposta aos tratamentos são muito diversos.

Os fatores neurobiológicos

Na medida em que as pesquisas avançam, tem ficado mais evidente a importância dos fatores de natureza biológica na origem dos sintomas do TOC. As evidências neste sentido são o fato de o TOC ocorrer após traumatismos, lesões ou infecções cerebrais; ser muito comum que numa mesma família existam vários indivíduos acometidos, sugerindo uma predisposição genética. Além destes fatos, foi, sobretudo importante a descoberta de que determinados medicamentos que estimulam de alguma forma a assim chamada função serotonérgica cerebral reduzem os sintomas de TOC.

Este último fato nos faz pensar que deva existir um distúrbio neuroquímico do cérebro dos portadores do transtorno, envolvendo o funcionamento das vias nervosas quem utilizam a serotonina (substância que existe naturalmente no cérebro) e que está envolvida na transmissão dos impulsos nervosos.

Observou-se, ainda, que certas zonas cerebrais são hiperativas em portadores de TOC, isto é, funcionam mais do que em indivíduos que não são portadores (na parte frontal região periorbital, em regiões mais profundas do cérebro gânglios ou núcleos da base como o tálamo, o núcleo caudado, putamen). Esta hiperatividade tende a se normalizar tanto com o tratamento medicamentoso, como com a terapia congnitivo-comportamental.

O TOC é também uma doença familiar: se existe um portador na família, a chance de existirem outros indivíduos comprometidos aumenta ao redor de 4 vezes. Também é muito mais comum em gêmeos idênticos (univitelinos) do que em gêmeos não idênticos. Esses fatos levam a crer que possa existir um componente genético no TOC. Como se vê, são evidências, porém muito genéricas, para a hipótese de que exista algum tipo de disfunção neuroquímica no funcionamento cerebral nos portadores do TOC.

Existem, entretanto, fatos que a pesquisa não conseguiu esclarecer: a resposta de muitos pacientes aos medicamentos inibidores da recaptação de serotonina é parcial ou mesmo nula, e se desconhece o motivo. Além disso, ocorrem obsessões e compulsões em doenças neurológicas como encefalites, associadas a tiques, ao Transtorno de Gilles de la Tourette, à febre reumática ou mesmo a outras doenças neurológicas ou psiquiátricas. São fatos cujo esclarecimento continua desafiando os cientistas do mundo inteiro.

Fatores de natureza psicológica

Sabe-se, ainda, que os fatores de natureza psicológica influem no surgimento, na manutenção e no agravamento dos sintomas de TOC. Os pacientes aprendem que usando certos rituais ou outras manobras psicológicas, como atos mentais ou evitando o contato com as situações ou os objetos temidos, obtêm alívio da aflição e do medo (neutralizam) que normalmente acompanham seus pensamentos (obsessões), e por este motivo passam a repeti-los, mesmo que isto signifique estar mantendo ou agravando a doença.

É bastante comum ainda que os sintomas surjam depois de algum estresse psicológico. Sabe-se também que conflitos psíquicos agravam os sintomas.

Cada vez mais claro a existência de certas alterações no modo de pensar, de perceber e avaliar a realidade por parte destes pacientes (distorções cognitivas). Eles tendem a supervalorizar a importância dos pensamentos como se pensar fosse o mesmo que agir ou desejar; exageram o risco e as possibilidades de ocorrerem eventos desastrosos (contrair doenças, perder familiares, contaminar-se); tendem a superestimar a própria responsabilidade quanto a provocar ou prevenir eventos futuros; são perfeccionistas, perdendo muito tempo com a preocupação de fazer as coisas bem feitas e evitar possíveis falhas ou imperfeições; e imaginam modificar o curso futuro dos acontecimentos, de impedir que desastres ou doenças aconteçam, com a execução dos rituais (pensamento mágico).

Cada paciente pode apresentar uma ou mais destas distorções, que são mantidas, mesmo com as evidências sendo contrárias a elas, ou apesar de não terem comprovação na realidade.

Supõe-se ainda que fatores ligados ao tipo de educação (mais ou menos severa ou exigente, incutindo culpa ou não), ao tipo de cultura social e familiar, possam também influir na origem de crenças e regras que regem a vida da pessoa criando uma espécie de terreno propício para o surgimento do transtorno. Por estes motivos, usualmente se associam aos medicamentos, terapias psicológicas no seu tratamento.

 O TOC tem tratamento?

Até bem pouco tempo não se dispunha de um tratamento efetivo para o TOC. Felizmente, foram desenvolvidas terapias que conseguem melhorar a vida de mais de 80% dos pacientes e, em muitas situações, eliminar os sintomas completamente.

No entanto, alguns pacientes, infelizmente, não melhoram, ou melhoram muito pouco, mesmo com os tratamentos mais modernos que consistem na associação de duas modalidades: medicamentos e terapia cognitivo-comportamental (TCC), razão pela qual em todo mundo muito se pesquisa ainda para conhecer melhor a etiologia do TOC e para desenvolver métodos mais eficazes de tratamento.

 Quais são os medicamentos usados no tratamento do TOC?

São medicamentos chamados de antidepressivos e que se descobriu que possuíam também uma ação antiobsessiva. São os seguintes:

  1. Clomipramina (Anafranil)
  2. Paroxetina (Aropax, Pondera, Cebrilin)
  3. Fluvoxamina (Luvox)
  4. Fluoxetina (Prozac, Psiquial, Verotina, Daforin, etc.)
  5. Sertralina (Zoloft, Tolrest)
  6. Citalopram (Cipramil, Procimax).

Foram recentemente lançados os genéricos da maioria desses medicamentos. As doses, em geral, são mais elevadas do que as utilizadas na depressão. Não se assuste se o médico lhe recomendar doses aparentemente muito altas.

A RESPOSTA AOS MEDICAMENTOS É IMEDIATA?

Em geral não é. Pode demorar até 12 semanas para iniciar, razão pela qual o medicamento não deve ser interrompido se o paciente não sentir benefício após as primeiras semanas de uso. O médico, em geral, procura usar inicialmente uma dose média e, caso não haja nenhuma resposta em 4 a 8 semanas ou uma resposta parcial em 5 a 9 semanas, poderá elevar as doses para os seus níveis máximos, pois alguns pacientes só melhoram com níveis bastante elevados do medicamento.

É importante salientar que 20% dos que não respondem a uma droga poderão responder a uma segunda. Por este motivo é possível que o médico queira experimentar uma segunda droga depois de algum tempo. Também é comum a associação com outras drogas quando a resposta não é satisfatória.

O DESAPARECIMENTO DOS SINTOMAS PODE DEMORAR MUITO?

Em geral é gradual, podendo ser progressivo ao longo de vários meses e não rapidamente como ocorre em outras doenças como a depressão ou o pânico. A melhora tende ainda a ser incompleta, isto é, não há em geral uma eliminação total dos sintomas, embora 40 a 60% dos pacientes obtenham uma redução significativa na sua quantidade e intensidade.

 PODEM OCORRER RECAÍDAS?

É alto o índice de recaídas se houver interrupção da medicação, quando ela está sendo utilizada isoladamente. Uma pesquisa mostrou que em até 90% dos pacientes ocorre um retorno dos sintomas 4 meses após a descontinuação do medicamento.

Aparentemente, esta recaída é maior do que a que ocorre com pacientes que realizaram terapia cognitivo-comportamental, razão pela qual sempre é recomendável utilizar os dois tratamentos ao mesmo tempo. Mesmo durante o uso do medicamento, embora seja mais raro, podem ocorrer recaídas ou piora dos sintomas.

 É POSSÍVEL UM DIA DEIXAR DE USAR A MEDICAÇÃO?

Naqueles pacientes que têm um transtorno crônico e que apresentaram uma boa resposta usando apenas medicação, os especialistas recomendam manter o tratamento pelo menos durante um ano depois do desaparecimento dos sintomas. Caso tenham realizado também terapia cognitivocomportamental devem manter, pelo menos, por mais 6 meses. Depois deste período, recomenda-se uma retirada gradual, retirando 25% da droga a cada dois meses. Em pacientes que tiveram 3 ou 4 recaídas leves ou moderadas ou 2 a 4 recaídas graves, estuda-se a possibilidade de manter a medicação por períodos maiores ou talvez por toda a vida.

É bom lembrar que estes medicamentos não provocam dependência (não viciam), embora possa haver algum desconforto se eles forem suspensos abruptamente (síndrome da retirada). Não há problemas maiores em se utilizar por longos períodos. É importante comunicar ao médico todos os demais medicamentos que, eventualmente, estiver utilizando, pois podem ocorre algumas interações importantes.

 QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS?

Muitos pacientes abandonam a medicação por causa dos efeitos colaterais. É importante lembrar que, embora incômodos, eles são mais intensos nas primeiras semanas de uso e que, em geral, diminuem depois. Os mais comuns da clomipramina são: constipação intestinal, tonturas, queda de pressão arterial, boca seca, visão borrada, sonolência, retardo na ejaculação. São mais raros tremores das mãos e suores noturnos. Os mais comuns da fluoxetina, sertralina, paroxetina, flluvoxamina e citalopram são:

  1. inquietude;
  2. náuseas;
  3. dor abdominal;
  4. diarréia;
  5. insônia;
  6. dor de cabeça;
  7. disfunção sexual (diminuição da libido e anorgasmia nas mulheres; diminuição da libido, retardo na ejaculação e dificuldades de ereção nos homens);
  8. tremores;
  9. sonolência eventual;

 

Não é preguiça,incapacidade ou desinteresse .T.D.A.H é deficiência de dopamina e norodrenalina. Neurotransmissores importantes localizados no lado frontal do cérebro.

Esse local é responsável por várias funções:

  1. Atenção
  2. Memória
  3. Capacidade de fazer planejamento, traçar objetivos e metas
  4. Capacidade de dar continuidade aos objetivos
  5. Capacidade de controlar as emoções

É um transtorno que quanto antes se diagnosticar mais fácil é o tratamento e menores serão as complicações emocionais na vida da criança,do adolescente ou mesmo de um adulto. Nunca é tarde para começar!

Muito importante cuidarmos desse assunto!

Indicação de leitura: ’’No mundo da lua” de Paulo Mattos